Natal – celebração do nascimento de Jesus Cristo – 2022

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Natal – celebração do nascimento de Jesus Cristo – 2022

Os mistérios de Deus são insondáveis, surpreendendo-nos constantemente.

O amor de Deus é constante, certo, sondável, visível em tudo o que nos rodeia, na criação inteira, na beleza dos campos e das montanhas, dos mares e dos rios, das aves, dos peixes e dos animais, e, sobretudo, na Sua obra-prima, o ser humano.

Deus não cessa de nos procurar, onde nos encontramos, nas alegrias e nas tristezas, na bonança e nas perdas, na sabedoria que promove a investigação e as descobertas tecnológicas e científicas, mas também no egoísmo que corrompe, destrói e mata; nos talentos trabalhados a favor da saúde e do bem-estar, da harmonia e da sadia convivência, mas também na sobranceria, prepotência e avareza que cria muros e produz excluídos. Deus procura-nos e desafia-nos, através de sinais, dos acontecimentos da história, através de mensageiros, profetas e reis, juízes e sacerdotes, que, ao longo de gerações, alimentaram a esperança, cultivaram o sonho, convocaram-nos à volta de uma promessa: a Virgem conceberá e dará à luz um Filho, o qual será chamado Emanuel, isto é, Deus connosco. Com o Messias de Deus, o Príncipe da Paz surgirá um reino de justiça e bondade, de amor e de perdão.

Deus não apenas nos procura, mas vem Ele mesmo, em carne e osso, com um rosto, com um corpo humano, um de nós, Deus entre nós. Da carne virginal de Maria nasce-nos um Redentor, por ação do Espírito Santo, que a fecunda, e a nós também, se como ela acolhermos a vontade de Deus. Ela torna-se Mãe, biologicamente e espiritualmente, e nós tornar-nos-emos co-herdeiros na graça, seus filhos, irmãos em Jesus.

É Natal, Deus está aí na fragilidade de um bebé, na inocência de uma criança, na ternura de um Menino, pronto para ser acolhido, amado, acarinhado, pronto para Se deixar amar, para Se deixar abraçar. Ele mesmo e Ele nas pessoas mais pequenas e mais frágeis. O que fizerdes ao mais pequeno dos Meus irmãos a Mim o fazeis.

O Natal não é apenas a celebração do nascimento de Jesus, ainda que seja esse o acontecimento sem o qual não viveríamos a fé cristã, é também a celebração da nossa identidade batismal e o desafio a acolhermos a graça de Deus e a fazermos com que o nosso tempo, história e vida sejam iluminadas pela luz e pela paz que vem do alto.

Toda a vida, a nossa vida crente, se situa diante do mistério pascal de Jesus Cristo, Sua morte e ressurreição, Páscoa que nos redime, nos chama e nos insere na vida divina. O sacramento do Batismo faz-nos partícipes deste mistério, desta vida nova, preenchida da vida divina, da vida ressuscitada de Jesus. Ressuscita e ressuscita-nos com Ele.

O nascimento de Jesus é iluminado pela luz da Páscoa, pois é a Páscoa que nos permite ver que este Menino é Filho amado de Deus e que n’Ele também nós somos assumidos como filhos e, sendo filhos, também irmãos uns dos outros.

Como nos aponta o lema pastoral – Maria levantou-se e pôs-se apressadamente a caminho (Lc 1, 39) –, ponhamo-nos a caminho, com pressa, e levemos esta Boa Notícia a todos, ao nosso coração, à nossa família, aos nossos vizinhos e amigos, e a todos quantos Deus houver por bem trazer ao nosso olhar e à nossa história.

Santo Natal, cheio de luz e de paz, de saúde e gratidão. Que também as adversidades sejam inspiração para valorizarmos o que somos e o compromisso em transparecermos a ternura e o amor de Deus.

Pe. Manuel Gonçalves


Textos para a Eucaristia (C):

Is 9, 1-6; Sl 95 (96); Tito 2, 11-14; Lc 2, 1-14. Is 62, 11-12; Sl 96 (97); Tito 3, 4-7; Lc 2, 15-20. Is 52, 7-10; Sl 97 (98); Hebr 1, 1-6; Jo 1, 1-18.