Sinodalidade da Igreja no Concílio de Jerusalém foi o tema desta segunda sessão
Na segunda sessão da Escola da Fé neste ano pastoral de 2019-2020, no dia 22 de novembro, contonuamos a refletir sobre a sinodalidade da Igreja, em conformidade com o lema pastoral diocesano “Igreja de Lamego em caminho e em comunhão”.
Dando continuidade à primeira sessão sobre a sinodalidade da Igreja, o Pe. Giroto fixou-se e fixou-nos no contexto da Igreja primitiva, em concreto, no primeiro concílio de Jerusalém. Assim ficou conhecido o encontro de Paulo e Barnabé, enviados da Igreja de Antioquia, com os Apóstolos, residentes em Jerusalém. A questão tinha a ver com as tradições judaicas e a necessidade ou não de as manter ou as alterá. Com efeito, havia alguns judeus convertidos ao cristianismo que achavam que os pagãos que se convertiam ao cristianismo tinha de passar pelos usos, costumes e tradições judaicas. Ao invés, outros, como Paulo e Barnabé, preconizavam outra perspetiva: os que aderissem à fé cristã teriam que se inserir na Igreja sem necessidade de se judaizar. Precisaria de ser batizado e receber o Espírito Santo. Paulo é categórico, a salvação vem por Cristo, pela fé em Cristo. A discussão levou ao envio de Paulo, Barnabé e mais alguns outros a Jerusalém para consultarem, sobre esta questão, os Apóstolos e os Anciãos.
Em Jerusalém e após reflexão, com a intervenção de Pedro e de Tiago, o “chefe”, bispo de Jerusalém, a questão é sanada. Acentua-se a oração e a reflexão, “o Espírito Santo e nós”. Além de Paulo e Barnabé, a comunidade (os Apóstolos e os Anciãos, de acordo com toda a Igreja) enviam também “Judas, chamado Barsabas, e Silas, homens respeitados entre os irmãos” (Atos 15, 1-34), e através deles enviam uma missia à Igreja em Antioquia.
Ao longo da sessão, partindo deste texto dos Atos dos Apóstolos, foram feitas algumas acentuações, verificando-se precisamente a sinodalidade da Igreja: a oração, o protagonista da comunhão, o Espírito Santo, a reflexão-discussão, o sentir da Igreja, verificando-se também a necessidade de decidir (optar, apontar caminhos), procurando a fidelidade ao essencial do Evangelho, a Jesus, tendo em conta a “inculturação”, isto é, o acolhimento do Evangelho em cada realidade história concreta. Visível sempre, assim é desejável, a comunhão, a procura sincera por acolher as decisões de quem tem a responsabilidade de guiar a Igreja, escutando a voz do Espírito, estando atento aos sinais dos tempos e às pessoas de cada comunidade.