A festa mais expressiva para a comunidade paroquial de Tabuaço, com a novena que a precede e com o dia solene a 8 de dezembro
Avé Maria, Mãe do Redentor, 8 de dezembro de 2019, Igreja Paroquial de Tabuaço, repleta de fiéis e crentes na sua Padroeira, Nossa Senhora da Conceição.
O corpo de Bombeiros, perfilado na nave central, preparava-se para participar na celebração festiva da Eucaristia. Do coro irrompe um cântico sublime na voz suave duma jovem, cântico esse dedicado a Maria, Mãe de Jesus: “AVÉ MARIA”.
Mãe de Deus e nossa Mãe!
Celebração presidida pelo nosso pároco, Pe. Manuel Gonçalves, e concelebrada pelo o jovem padre Vítor Carreira, que durante nove noites nos ajudou a preparar e a viver este momento.
O Advento é a preparação para a vinda do Menino que foi anunciado pelo Anjo. Para além dos presentes, das luzes, do presépio e dos doces de Natal, há todo um caminho a percorrer de jubilosa esperança, um caminho de paz, revestido de Cristo.
Ao acordar, a luz do dia brilhará para todos nós e a Sua Luz nos orientará, tornando-nos vigilantes e construindo ao nosso redor um mundo melhor. Ao fazermos parte da Igreja estamos a alicerçar um compromisso com Jesus Cristo. E lembremos, sobretudo, o exemplo de Sua Mãe. Ela confiou, aceitou o testemunho do amor de Seu Filho e dedicou a sua vida à missão deixada aos discípulos.
Na Carta Encíclica Redemptoris Mater, Mãe do Redentor, do Sumo Pontífice João Paulo II, faz uma extensa reflexão sobre os atributos de Maria e o vínculo que une a Mãe de Deus com Cristo e a Igreja.
Numa primeira parte assume Maria no Mistério de Cristo, cheia de graça, felicitando-a porque acreditou e sofreu com a perda do seu bem mais precioso: o Seu Filho. Na segunda parte da Carta, coloca a Mãe de Deus no centro da Igreja, um caminho que vai perdurar, numa peregrinação de Fé sem limites, num encontro com todos os cristãos.
E não é por acaso que Maria é louvada em cada mês do ano. O culto a Maria está perpetuado a tal ponto que, recentemente, numa viagem ao centro da civilização, o próprio guia evidenciava o seu nome, tantas vezes repetido: Maria de Lurdes, Maria de Fátima, Maria Amélia…
Ao mesmo tempo, podemos associar o nome da Virgem Maria ao cântico entoado com frequência na Eucaristia: “MAGNIFICAT”, descrito no Evangelho de S. Lucas e recitado na ocasião da Visitação a sua prima Isabel, que pela sua idade avançada foi considerada estéril.
O Santuário da Visitação, em Ein karem, recorda o encontro entre as duas primas e os filhos que traziam no ventre, e que se reconhecem numa manifestação de alegria e êxtase: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). E Maria canta o hino MAGNIFICAT.
Nas paredes do pátio da Igreja da Visitação podemos admirar um painel com esta oração, para além de muitos outros traduzidos em inúmeros idiomas. O seu interior é de uma beleza singular!
Na homilia, o Pe. Vitor fez um “paralelo” entre Maria que aceitou ser uma Mãe Virginal, obedecendo à palavra do Anjo e Eva que desobedeceu comendo o fruto da árvore proibida. Que caminho se nos oferece seguir? Um caminho sinuoso, maledicente, quezilento, pérfido? Ou aquele que faz de nós pessoas crentes, humildes, simples nos nossos gestos e atitudes? E que o abraço da paz não seja um mero ato circunstancial, mas sim um passo para a construção duma sã convivência, um passo para o perdão, um passo para a partilha na Fé!
Cidália Ferreira Santos, publicado originalmente na Voz de Lamego, edição de 10 de dezembro de 2019