Domingo de Ramos na Paixão do Senhor

Vivemos a maior das semanas, não que haja mais dias na semana, mas porque esta é a semana que evoca, atualiza, celebra o mistério maior da nossa fé. Em cada Domingo, a Páscoa semanal, e, em cada Eucaristia, o mistério que faz de Jesus Cristo nosso contemporâneo, tornando presente a Sua oferenda a favor da humanidade. A cada ano, mais solene, a Páscoa, a grande festa dos cristãos, com diversos momentos, celebrações, desafios, vivências, mais intimistas ou mais turísticas, mas, de qualquer modo, interpelação ao mistério, à pessoa de Jesus Cristo, e àquelas horas que O conduzem desde a entrada festiva na cidade de Jerusalém, à última Ceia, com os seus amigos mais chegados e prelúdio do que está para vir, passando pelas horas de agonia, prisão, julgamento, agressão e violência, condenação e morte na Cruz.

Em todo o mundo católico se revivem tradições. Assim também nas nossas comunidades. Na paróquia de Tabuaço, a vivência da Semana Santa liga-se sobretudo à dimensão mais litúrgica e celebrativa. O Domingo de Ramos na Paixão do Senhor é marcado por dois momentos que agregam a comunidade. De manhã a celebração da Santa Missa, com a bênção dos Ramos. Numa das Capelas, de santa Bárbara, a pessoas juntam-se para aí iniciar a celebração, imitando, tanto quanto possível, a entrada triunfal de Jesus na cidade santa. Assim o repetimos cada ano, sendo uma das celebrações que junta mais paroquianos. Já na Igreja Matriz, prossegue a Eucaristia, colocando-se em evidência a proclamação do Evangelho a três vozes. No ciclo de leituras do ano C, escutámos, o Evangelho de são Lucas, com os diferentes quadros que nos permitem acompanhar Jesus, sentando-nos com Ele à mesa, para a Ceia, caminhando até ao Jardim das Oliveiras, para rezarmos e nos prepararmos para o que virá a seguir; deixamo-nos surpreender pela prisão, com Judas a encabeçar a multidão que O vem buscar, seguimos de Anás para Caifás, do Sinédrio para o Palácio de Pilatos, caminhamos para o Calvário, percebendo o peso da Cruz e a dureza do afastamento dos Seus discípulos, contemplamos a crucifixão e morte. Pudemos testemunhar o perdão de Jesus e a entrega confiante nas mãos do Pai.

Ao início da noite, a celebração da Via-sacra, preparada e encenada pela catequese paroquial, pelas catequistas e pelas crianças. É um tempo de recolhimento, de oração e de reflexão. Seguimos de perto as 14 estações, na via-sacra, em tempos proposta pelo Papa João Paulo II, servindo-nos apenas de textos dos evangelhos. Como expetável, o gosto das crianças em representar a diversas figuras da via-sacra, Jesus, Judas, Pedro, Tiago e João, Maria, Pilatos, Simão de Cirene, as Mulheres de Jerusalém, os salteadores crucificados com Jesus. A preceder a primeira estação, a encenação da Última Ceia. Não é e não foi uma encenação pura, antes vivência, com momentos específicos de oração, no final de cada estação, ajudados pelos cânticos. Também em cada estação, breve meditação, este ano, colocámos Maria a falar, pedindo por uns e por outros, por quem se perde e por quem busca, por quem condena e por quem serve, por mães em desespero e pais hesitantes, por filhos pródigos e jovens sem rumo.

Poderíamos encarnar qualquer personagem: Judas, Pedro, Pilatos, Maria, mas com o desafio de sermos cada vez mais Jesus, imitando-O no serviço e no amor, no acolhimento e no perdão, no gastar-Se a favor de todos, especialmente dos mais frágeis.

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