Domingo de Ramos na Paixão do Senhor

Nos anos anteriores, de 2020 e 2021, vivemos condicionados pela pandemia, mais distantes, fisicamente, mais cautelosos, mais reservados, para resguardar familiares, amigos, vizinhos, e para nos resguardarmos, na consciência de que estávamos (e estamos) no mesmo barco. O que parecia ser um episódio com algumas semanas, tornou-se uma nova normalidade, não a que viria depois da pandemia, como muitos vaticinavam, mas a convivência com o novo coronavírus, com curvas que sustentadamente iam descendo, mas novas variantes, faziam acelerar.

As comunidades cristãs procuraram respeitar as orientações das autoridades sanitárias e da Conferência Episcopal Portuguesa, na opção clara de contribuir para mais rapidamente vencer a pandemia. O mundo digital/virtual ajudou pessoas a ligarem-se, entreajudarem-se e criar novos rostos de comunicação e de comunhão. A aplicações e plataformas ajudaram a avivar a fé e a alimentar convicções, perspetivando um tempo provisório, para um regresso seguro e saudável. E vamos regressando, paulatinamente, ainda que a precaução e o respeito pelos outros. Um dos perigos que se tem visto, mais que o medo, é a acomodação, que resulta da habituação e da normalização do que deveria ser provisório e passageiro.

Muitos cristãos interrogavam-se, há alguns meses, se teríamos “Páscoa”, dois anos depois! O “ter Páscoa”, muitos deles se referiam a Visita Pascal, mas também à vivência da Semana Santa com os momentos e celebrações tão tradicionais como mobilizadores e motivadores. Algumas das normas mantêm-se, como o uso de máscara e a higienização das mãos.

A nossa paróquia retomou a Semana Santa em moldes semelhantes a anos anteriores (a 2020 e 2021). No dia 10 de abril, o Domingo de Ramos, com dois momentos envolventes: a celebração da Santa Missa, precedida da bênção dos Ramos, junto à Capela de Santa Bárbara, procissão de Ramos até à Igreja Matriz, da parte da manhã, e Via-Sacra, encenada pelas crianças e adolescentes da catequese, no início da noite.

Como o título sublinha, este Domingo começa com a entrada triunfal de Jesus na cidade santa de Jerusalém, no início de uma semana densa e intensa, cujo desfecho está na Cruz. Um desfecho, porém, não último e não definitivo, esse está guardado para a ressurreição! A bênção dos Ramos, como a procissão até à Igreja, evoca a multidão que aclama Jesus, depondo as capas no chão, na descida do monte das Oliveiras. Já na Igreja, a liturgia apresenta-nos a narração do Evangelho da Paixão, a três vozes. É notória a aceleração do tempo, da Última Ceia ao último suspiro de Jesus.

O segundo grande momento do dia, a celebração da Via-sacra paroquial, em frente à Igreja, seguindo, este ano, a proposta das estações tradicionais, com trechos do evangelho e meditações, fazendo percorrer as diferentes etapas do caminho até à Cruz, mas ao mesmo tempo com ligação a outros episódios da vida de Jesus. As crianças, adolescentes e catequistas prepararam cada estação, e essa preparação foi notória na forma como nos ajudaram a entrar nos diferentes passos de Jesus, da oração no Jardim das Oliveiras à Ressurreição.

É de sublinhar a alegria com que crianças, adolescentes e catequistas prepararam e viveram esta via-sacra e como ajudaram a comunidade a iniciar esta semana tão grande, a maior, com o maior dos dons, a vida de Deus, em Cristo pela humanidade inteira. Essa mesma alegria e sentido de serviço no grupo coral como na logística, nomeadamente no som para a narração e reflexão das estações e para a acústica do órgão e dos cânticos. Que o Deus honrado e celebrado, seja vida e luz na vida de cada um.

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