Semana Santa – 2 a 9 de abril 2023

O centro da liturgia, da vida cristã, é a Páscoa, o mistério a morte e ressurreição de Jesus. Tudo deriva daqui. Sem Páscoa, sem a ressurreição do Senhor, os discípulos teriam permanecido na desolação, certos do fracasso de uma história com grandes expetativas, desiludidos, conformados e, mais à frente, indiferentes e esquecidos por mais um contratempo entre outros, prosseguindo com a mesma vida de antes. Naquela manhã, e na tarde desse primeiro dia, fazem a experiência de encontro com o Ressuscitado. Como lhes tinha dito, três dias depois ressuscitou, voltou à vida. As marcas da paixão, as suas feridas, as suas chagas estão no Seu corpo, ainda que agora seja glorioso. O ressuscitado assume o crucificado! O mesmo a amor, a mesma paixão pela humanidade.

A centralidade da Páscoa desdobra-se, concretiza-se e expressa-se, de uma forma muito particular, em cada Domingo, o Dia do Senhor, o primeiro dia da semana, em que se celebra a Páscoa semanal, na celebração da Eucaristia, na qual se torna presente realmente Jesus Cristo, no Seu corpo e no Seu sangue, por ação do Espírito Santo que Ele dá aos Seus discípulos, à Igreja, antes de “ascender” para a direita do Pai.

A celebração da Páscoa anual recentra-nos nas últimas horas da vida de Jesus, como uma espécie de síntese de toda a Sua vida, como dádiva, como entrega, gastando-Se por inteiro, sem reservas nem condições, até ao último fôlego, até à última gota de sangue. Antes do grande dia, o caminho de preparação, de conversão, tempo de sintonizar, de novo, sempre, com o Evangelho da caridade. A Quaresma recorda-nos esta necessidade de verificarmos a nossa vida, com as nossas fragilidades, abrindo-nos à graça de Deus. Tudo é mais intenso e mais sentido, pois tanto a liturgia como o ambiente exterior, nos arranjos da Igreja ou nos “sinais” no exterior, nas aldeias, vilas e cidades, na vivência cristã ou nas ofertas turístico-religiosas nos remetem para esta possibilidade de acolhermos a misericórdia de Deus, plenizada em Jesus Cristo, deixando que a nossa miséria seja absorvida pela redenção misericordiosa do Senhor, nosso Deus.

A Semana Santa adensa a proximidade à Páscoa, fazendo-nos imergir nas horas mais dramáticas da vida de Jesus, calcorreando com Ele momentos decisivos, a Última Ceia, a oração no Horto das Oliveiras, o processo de prisão, julgamento e morte, e o encontro com o Ressuscitado.

A iniciar a Semana Maior da nossa fé, assim foi na nossa comunidade paroquial, o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor. A celebração começou em frente da Capela de santa Bárbara e prosseguiu, depois da bênção de ramos, para a Igreja matriz, para aí celebrarmos a Eucaristia. Pelo caminho, imitámos, à nossa escala, a entrada triunfal de Jesus na cidade santa de Jerusalém, com os ramos e com os cânticos, a aclamar o Senhor Jesus. Na santa Missa, a leitura, a três vozes, do Evangelho da Paixão de Jesus, este ano, na versão de são Mateus.

Na quarta-feira, desta semana santa, o dia foi dedicado, tal como nos últimos anos, à adoração do Santíssimo, integrando as confissões e concluindo com a Eucaristia.

Em quinta-feira santa, a celebração da Ceia do Senhor, com a instituição da Eucaristia e com a cerimónia do lava-pés. Emprestaram vida aos 12 apóstolos, 12 crianças/adolescentes da catequese. A trasladação do Santíssimo foi para a capela de santa Bárbara. Durante a sexta-feira, momentos de oração mais pessoal, na capela de santa Bárbara, com o Santíssimo recolhido.

No início da noite de sexta-feira, a adoração da santa Cruz, envolvendo a leitura do Evangelho da Paixão, segundo são João, lido a três vozes, a adoração propriamente dita, a distribuição da comunhão. No final, procissão com o esquife do Senhor morto, até à capela de santa Bárbara.

No sábado à noite, a grande Vigília Pascal, com a bênção do lume novo, a preparação do círio pascal, a luz propagada por todos, a proclamação do Precónio Pascal que desemboca na Luz que é Cristo; a liturgia da Palavra com diversos textos bíblicos que percorrem a história da salvação, a história de Deus com o Seu povo eleito, até chegar a Cristo, ao mistério da nossa fé, quando a morte dá lugar à vida, quando Deus elimina as trevas com a Sua luz, e a bênção da água, que servirá nos batizados realizados durante o tempo de Páscoa.

O Domingo começou cedo com a Visita Pascal, o anúncio da Ressurreição de casa em casa. A confluência, pelas 12h00, foi no centro paroquial, como no ano transato, iniciando a procissão de entrada para a Igreja Matriz, para a celebração eucarística. Depois da comunhão, a Procissão da Ressureição, com o Santíssimo Sacramento.

Se em todo o ano, há muitas pessoas envolvidas nas dinâmicas pastorais, na liturgia, na catequese, na limpeza e arranjo da Igreja, nestes dias o trabalho redobrou e o comprometimento foi, uma vez mais, exemplar. O pároco e a comunidade agradecem a quantos participaram nas várias celebrações e, especialmente, aos que preparam os espaços, os tempos, os momentos.

Álbuns completos das diferentes celebrações / momentos na página da Paróquia de Tabuaço no Facebook:

DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR

VIA-SACRA

TRÍDUO PASCAL

DOMINGO DE PÁSCOA